Assassinato
na FLiP
Foi encontrada nesta
manhã de sábado, 4 de julho, pela Guarda Costeira da Marinha do Brasil,
flutuando a deriva na Bahia de Paraty, próxima a Ponta da Cajaíba, a escuna de
passeio "O Corsário". A escuna estava sem nenhum tripulante, com
motores desligados, sem âncora lançada, e, no convés próximo a proa, os corpos
dos escritores Mário Prata e Andrea Camilleri. Não se divulgou a presença deles
na FLiP, mas o jornalista MAzinho SoL divulgara ontem, em folheto pelas ruas do
centro de Paraty e neste blog, suas
presenças, junto a Roberto Saviano, num encontro destes escritores em evento
secreto realizado na Praia do Pouso.
Os corpos estavam sem
marcas de agressão, relativamente próximos um do outro, vestidos com ternos
demasiadamente elegantes para quem frequenta escunas em Paraty, talvez mais
apropriados para uma festa no Copacabana Palace. Nenhuma outra pessoa estava a bordo
e a escuna flutuava a vontade das correntes marinhas e, se não fosse encontrada
naquele momento pela guarda costeira, as sete horas da manhã, provavelmente se
chocaria com as pedras da Ponta da Cajaíba. Peritos que buscaram os corpos acreditam
que as mortes tenham ocorrido entre três e quatro horas da madrugada. A
ausência de outros tripulantes e a não ancoragem da embarcação estranhou muito
a todos. Pelo estado de bagunça e desordem do convés, bem como as lixeiras
cheias de latas de cerveja e garrafas de vinho vazias, constata-se que houve,
na noite anterior, uma grande festa na embarcação.
Andrea Camilleri era
escritor e roteirista de televisão na Itália, passou boa parte da sua vida na
cidade de Vigàta, na Sicilia, escreveu além de diversas peças de teatro e
seriados para a televisão, os romances "A Forma da Água", "A Paciência
da Aranha" e "Opera Maldita". Mario Prata era natural de
Uberaba, viveu em Lins, São Paulo e ultimamente morava em Florianópolis. Também
escritor e roteirista de televisão, autor de peças de teatro, escreveu os romances
"Os Anjos de Badaró", "James Lins", "Sete de
Paus" e "Os Viúvos". Ambos estavam cogitados a vencer o Prêmio
Nobel de literatura este ano. A literatura mundial tem seu dia de luto como o
rock'n roll teve o seu, quando morreram alguns de seus maiores ídolos em um acidente aéreo em 1959, entre eles Buddy Holly e Ritchie Valens.
Os dois falecidos
participavam de um evento secreto na FLiP, que contava com a participação
também de Roberto Saviano, que segundo fontes seguras, retornou ontem mesmo no
final da noite para a Europa. Seu retorno foi extremamente rápido, sendo o
deslocamento Europa-América só sendo superado até hoje por Marco Polo (o Del Nero) na fuga da
Suíça para o Brasil, com medo de ser preso pela corrupção na FIFA. Roberto
Saviano encontra-se em Londres onde até já postou selfie em seu facebúqui.
Nenhuma foto, check in, curtida ou registro em Paraty é encontrado no seu
perfil. Os detetives Ugo Fioravanti da Policia Federal Brasileira e Salvo
Montalbano, Comissário da Polícia de Vigáta, na Itália, estão conduzindo a
investigação. Eles já se encontravam em Paraty, pois faziam parte do esquema de
segurança que envolveu a presença de Roberto Saviano na FLiP. Eles acompanharam
Roberto Saviano durante toda sua estada na cidade e despediram-se deste na
saída do helicóptero que o levou para aeroporto não revelado e embarcou em
avião para Europa.
A presença de Júlio
Paulo Marcondes no evento de substituição hoje a noite mantém-se confirmada. A
organização resolveu não cancelar o calendário, uma vez que esta FLiP, que
inicialmente estava com público pequeno, vem sendo invadida por fãs deste poeta
que tem feito dos livros de poesia campeões de vendas em livrarias como nunca
antes visto na história deste país. A propósito, as edições de seu primeiro
livro, "Faquir Loquaz", estão esgotadas em toda Paraty, e fãs buscam
a qualquer preço um exemplar para tentar um autógrafo do escritor. As vendas de
seu novo livro, o primeiro em prosa, dificilmente esgotarão, pois a obra é
chancelada do recorde de maior número de exemplares produzidos em uma edição.
MAzinho SoL foi o único
jornalista presente no evento na Praia do Pouso que teve a coragem de publicar
estes fatos até o momento, mas a liberdade de imprensa, a divulgação da noticia,
tanto comentados no evento, ontem à noite, deve ser respeitada, e as verdades
publicadas. A organização da FLiP preparou para amanhã, domingo, após o termino
do evento, uma entrevista coletiva de Ugo Fioravanti e Salvo Montalbano no
auditório principal da FLiP. Conheça amanhã neste blog a íntegra do conteúdo
desta entrevista.
MAzinho
SoL, 4 de julho de 2015

